sexta-feira, 29 de junho de 2012

Morre lentamente - POESIA - Por MARTHA MEDEIROS





Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, 
quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
 Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar. 
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, 
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
 quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa 
com quem não conhece. 
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru. 
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco 
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente 
as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos. 
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo
 pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida
 fugir dos conselhos sensatos. 
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. 
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Morre lentamente...



Martha Medeiro






ERRATA : A bela poesia foi enviada por Wenceslau da Cunha - acadêmico vice- presidente da ACLAC , e é da autoria de Martha Medeiros.Desculpe pelo engano que já foi corrigido , mas veja abaixo que a mesma composição e vitima de outro engano que dura muitos anos ...



O poema atribuído a Neruda é da brasileira Martha Medeiro



MMedeiros e PNeruda

    CURIOSIDADE SOBRE O POEMA DE MARTHA MEDEIROS :



O poema Muere Lentamente (Morre Lentamente), atribuído por engano a Pablo Neruda, circula há anos na Internet sem que nada nem ninguém seja capaz de deter a bola de neve, ao ponto de, na Espanha, muitas pessoas terem recebido esses versos como votos online de um feliz ano-novo.
“Morre lentamente quem não viaja,/ quem não lê,/ quem não ouve música,/ quem não encontra graça em si mesmo./ Morre lentamente/ quem destroi seu amor próprio,/ quem não se deixa ajudar…“
Assim começa o poema que não se chama Morre Lentamente, mas A Morte Devagar, e não é do poeta chileno como assegurou à EFE a Fundação Pablo Neruda, mas da escritora e poeta brasileira Martha Medeiros.
Este verso e outros mais circulam na internet há muito tempo e “não sabemos quem os atribuiu a Neruda, mas os nerudianos que temos consultado não os conhecem”, afirma Adriana Valenzuela, bibliotecária da Fundação.
Porque não é apenas Muere Lentamente o único o “falso Neruda” que encontram os internautas. Também costumam atribuir ao autor do Canto Geral os poemasQueda Prohibido, que é de Alfredo Cuervo, escritor e jornalista espanhol, eNunca Te Quejes, de autor ignorado pela Fundação.
O director executivo da Fundação, Fernando Sáez, diz que não é a primeira vez nem será a última, que as pessoas imputem a um poeta famoso textos que ele jamais escreveu e  cuja autoria é desconhecida.
Um dos enganos do gênero aconteceu com um famoso texto atribuído a Borges sobre as maravilhas da vida, que nem com a sua maior ironia ele teria suportado e menos ainda escrito. O suposto poema de Borges, Instantes, segundo esclareceu a viúva do escritor, María Kodama, é de autoria da escritora norte-americana Nadine Stair.
Mais estrondoso ainda foi o falso apócrifo atribuído a Gabriel García Márquez, La Marioneta, com o qual o prêmio Nobel de Literatura colombiano se despedia de seus amigos, após saber que estava com um cancro. “Se por um instante Deus se esqueceu de que sou um marionete de pano e me presenteasse com um pouco mais de vida, aproveitaria esse tempo o mais que pudesse…” diz o texto cuja “autoria” quase matou de verdade García Márquez, como ele mesmo disse ao desmentir que o poema fosse criação sua.
“O que pode me matar é a vergonha de que alguém acredite de verdade que fui eu que escrevi”, disse Gabo.
Muere Lentamente é uma poesia da escritora brasileira Martha Medeiros, autora de numerosos livros e cronista do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, conforme informou à EFE a Fundação Neruda.
Cansada de ver as pessoas a dizer que o poema é do poeta chileno, a própria escritora entrou em contacto com a Fundação Neruda para esclarecer a autoria do texto, pois os versos coincidem em grande parte com o seu texto A Morte Devagar, publicado em 2000, às vésperas do Dia dos Mortos.
Em declarações à EFE, Martha reconhece que não sabe como o poema começou a circular na internet, já que há “muitos textos” seus que estão na rede “como se fossem de outros autores”. “Infelizmente, não há nada a fazer”, acrescenta.
A poeta e romancista brasileira de 47 anos admira profundamente o poeta chileno Pablo Neruda, de quem se declara uma fã, mas prefere que “cada um tenha seu trabalho reconhecido”. No entanto, não perde o sono com essas coisas e assegura que tem “humor suficiente para rir de tudo isso”.
A Fundação concorda com Martha e afirma que pouco pode ser feito para deter esta bola de neve na rede, já que ao fazermos uma busca no Google sobre o poema Muere Lentamente associado ao nome do poeta Pablo Neruda, vão aparecer milhares de referências ao poema associado ao nome do poeta.



Fonte :http://gm54.wordpress.com/category/poesia/

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